A exposição  “O Tecido da Vida” do artista visual e curador tocantinense Vone Petson traz um embate do conceito do Tempo em suas múltiplas facetas. Na construção iconográfica e poética da exposição, o artista se propõe a pensar o tempo como um tecido que, em primeiro lugar, se constrói de forma linear, onde os acontecimentos vão se desenrolando em uma sucessão contínua de eventos irrepetíveis e irreversíveis. Sendo uma linha, o tempo linear é finito. 

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O artista busca também trabalhar uma abordagem cíclica, como uma sucessão repetida e constante de eventos dentro de um ciclo, com começo, meio e fim que se repete, possibilitando sempre um novo começo. Sobrepondo a essa abordagem, ele trabalha com o tempo enquanto destino, representado pelas imagens dos dez arcanos maiores. A iconografia dos arcanos foi retirada do tarot de Marselha, de Jacques Viéville (um dos mais antigos e dos quais se originaram a maioria da iconografia das cartas dos tarô). Essas imagens são bordadas sobre fotografias de acontecimentos díspares, mas que apresentam, de se certo modo, um elo.  Costurados como uma forma simbólica do tempo enquanto destino pré-determinado, ou mesmo como arquétipos da humanidade. 

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O conceito de tempo trazido por Vone Petson para a exposição “O Tecido da Vida” é a do tempo como grande experiência arquetípica da humanidade, que elude as tentativas de dar-lhe uma explicação subjetiva plenamente racional. Não é estranho que a princípio ele, o tempo, seja considerado uma divindade em algumas culturas, inclusive, tido como manifestação da divindade suprema da qual a vida flui como um rio. Somente a partir da física ocidental moderna é que o tempo se transformou numa parte do marco matemático. Esse marco é que utilizamos de forma consciente para descrever os fenômenos físicos, ou ainda, conceber o tempo como "o meio de tornar real aquilo que é potencial".